Hoje vou mostrar para vocês, os 15 maiores erros de quem vai montar um som automotivo pela primeira vez no carro.
Seguem as principais, não necessariamente em ordem de relevância.
Vamos lá!
1) Falta de porta-fusível ou disjuntor
O fusível ou disjuntor protege a fiação de de sobre-aquecimento, ou seja, evita que seu carro pegue fogo.
Isso é até um pouco difícil, porém, quando acontece, o prejuízo é enorme, e comparado ao investimento que é pequeno, se considerarmos o preço do kit de fusível ou disjuntor, compensa muito a instalação.
Um dos problemas, é em sistemas mais fortes, onde no Brasil, ainda não é comum utilizar fusíveis de proteção, e são nesses casos que eles são mais necessários.
Veja também: Como instalar e projetar o fusível ou disjuntor correto para o sistema de som?
2) Bateria sub-dimensionada para o consumo total dos amplificadores
Esse erro é causado mais pela emoção de ver os altos números em rms dos alto falantes e módulos amplificadores.
Em um sistema de som automotivo não tem segredo, sem energia, não há potência.
Isso acontece, pois o módulo é um transformador de energia, ele pega o sinal musical do player e amplifica com a energia da bateria.
Ou seja, sem baterias, os amperes, não terá aquele valor em rms nos módulos e amplificadores.
E os alto-falantes? Os alto-falantes só “recebem” a energia.
Veja também: Quantos amperes de bateria utilizar no sistema de som automotivo?
3) Ruído de alternador no driver e tweeter
Isso é geralmente causado por RCA passado errado, mastigado embaixo do banco ou com os terminais tortos no borne do amplificador, ou na traseira do player.
Cabos e fios em “ninho” ao invés de organizados, gerando interferências e ruídos.
Outro fator é o amplificador parafusado direto na lata do banco, contato de metal com metal gera efeito loop (instabilidade na placa), gerando ruídos no sistema também.
Ou seja, não há um planejamento da instalação ou a próprio baixo preço cobrado pelo instalador evita com que ele demande mais tempo ou faça uma instalação mais profissional.
A solução em algumas vezes é fácil, basta aterrar o negativo do RCA, porém, o ruído é somente uma ponta do iceberg, se a instalação não for feita corretamente.
Veja também: Como tirar ruído do sistema de som automotivo?
4) Erros na alimentação do módulo
Cabo terra mais fino que o cabo positivo, Cabos e fios com emenda e cabos subdimensionados.
- Cabos mais finos no terra, geram um funil na passagem de corrente, e transforma o fio positivo em um fio menor.
- Fio com emenda, trazendo maior risco a segurança.
Para uma instalação correta, tem que usar a bitola indicada para a capacidade do módulo, onde quanto mais forte o módulo, maior a bitola.
5) Mau local de instalação do módulo
Amplificadores instalados em locais lacrados, sem ventilação e, muitas vezes, cobertos.
Isso abafa o amplificador, fazendo com que entre em proteção térmica em poucos minutos.
Nos modelos que possuem ventoinha, isso é um indicativo que o módulo precisa de mais refrigeração, com eles é maior a necessidade de melhor posicionamento na instalação.
6) Inversão de polaridade ao ligar os alto-falantes
Inverter a polaridade não é errado, porém, tem que ser intencional.
É comum a falta de atenção ou revisão do sistema onde um alto falante é ligado com a polaridade invertida em um sistema com mais alto falantes, trazendo o cancelamento de frequências.
O que pode fazer, também, é verificar a polaridade correta em drivers, algumas marcas podem trabalhar com um padrão de “polaridade” diferente de outra.
7) Bitola e Excesso de fios de alto-falantes
Há alguns instaladores que ficam atentos na instalação dos cabos de alimentação de bitola correta, mas esquecem dos fios de alto-falantes.
Apesar de menos revelante, principalmente na questão de segurança, o desempenho é afetado com uma bitola pequena.
- Cabos muito grandes causam maior resistência e reduzem o brilho e dinâmica musical em sistema de qualidade;
- Emendas e conexões de plugues mal feita e com bitolas menores, também causa a perda de rendimento.
Veja também: Qual bitola de cabo/fio alto falante usar?
8) Caixas acústicas escolhidas por conveniência.
Em sistemas básicos é comum a pedida por caixa prontas, que facilitam o serviço, ou utilizar qualquer caixa que tenha a disposição, que claro, geralmente não casam com o projeto específico do alto-falante, diminuindo o desempenho.
Podemos ter, por exemplo:
- Instalação de subwoofers de alto EBP em caixas seladas, e também a instalação de subwoofers de baixo EBP em caixas dutadas.
- Subwoofers em caixas de woofers e vice-versa.
- Projetos com dois subwoofers diferentes na mesma caixa.
Onde um conhecimento básico sobre caixas acústicas, faz toda a diferença no sistema.
Veja também: Caixa selada ou dutada? Qual a melhor?
9) Erros no projeto de caixa
- Dutos com mais de 50cm – tendem a soprar;
- Dutos calculados no olho e achômetro;
- Falta de duto, há apenas um buraco na caixa: esse erro é muito comum, pois até fábricas de caixas profissionais multi-uso chegam a fazer isso, e claro, mesmo vindo de fábrica, o ideal seria um duto.
Atualmente ter um projeto de caixa errado, tem que fazer muito esforço, pois quase todas as fábricas fornecem os projetos pronto para o alto-falante em questão sem cobrar nada, basta entrar em contato.
Na internet há vários projetos já testados e de graça, além de vários projetistas de caixa disponíveis para fazer o serviço com custo, claramente.
10) Caixas mal montadas e instaladas
- Instalação de subwoofer em caixa selada com carpete, sem o uso do EVA para selar. Recorte o carpete sob o aro de fixação, aplique o EVA e então parafuse o subwoofer na caixa, para ficar BEM SELADA.
- Falta de travamento interno da caixa dutada e Falta de travamento do duto, internamente.
- Falta de reforços estruturais em prolongadores.
- Chapa de madeira fina.
Veja também: Qual a melhor madeira? MDF ou Compensado?
10) Cortes mal feitos
- Cortes HPF e LPF com buraco. Ex.: HPF em 150HZ e LPF em 100Hz. O buraco é entre 100 e 150Hz
- Cortes HPF e LPF sobrepostos: Ex.: LPF em 250Hz e HPF em 50Hz. Entre 50 e 250Hz tanto os falantes estéreo quanto o subwoofer irão trabalhar juntos (o som ficará muito gordo, artificial).
- Filtro subsônico ajustado abaixo de 35Hz, principalmente em caixas muito grandes.
- Cortes HPF muito baixos em subwoofer e woofers, danificam os alto falantes;
- Cortes LPF muito altos em subwoofers e woofers, não melhoram muito o desempenho final do sistema e diminuem a potência suportada pelo alto falante.
Veja também:
11) Falta de fonte automotiva e carregamento
- Tentar compensar um alternador fraco com muitas baterias.
Bateria apenas armazena energia. Mesmo com motor ligado, há alternadores muito fracos, de 40, 50, 60Ah que não carregam as baterias, uma vez que em muitos casos, o consumo do sistema de som é de 200, 300Ah. Compre uma fonte.
- Compram as baterias, mas não carregam.
No começo do post foi dito que precisa de bateria para alimentar o sistema, e tem sistema lotado de bateria, porém não tem carregam. Sistema de som é como seu celular, que tem uma ótima bateria, mas já sabe o que acontece se não tiver um carregador e deixar ele um pouco na tomada, né?
Veja também: Como escolher a melhor fonte automotiva?
12) Erros na instalação de drivers
Drivers em sistemas básicos, são quase considerados um coadjuvante, sendo assim é fácil encontrar neles, erros no casamento de impedância, causando a queima de amplificadores.
Por exemplo, é fácil encontrar 2 drivers e um super tweeter de 8 ohms, ligados diretamente em um canal de 4 ohms em bridge.
Ou seja, o módulo trabalha com uma impedância menor na saída, podendo gerar danos.
Cortes mal feitos também são comuns de se encontrar, onde só levam em consideração a resposta de frequência.
Veja também: 5 Principais erros na utilização de drivers
13) Mau Posicionamento dos alto falantes de agudo
Super tweeters e drivers voltados para cima, é uma situação comum de se encontrar.
Os alto falantes de agudos como drivers e tweeter não possuem um alto valor em rms, talvez por isso alguns instaladores ignoram sua importância e acabam instalando eles onde sobrou o espaço.
Essas frequências altas são extremamente direcionais e pedem que a posição desses alto falantes seja bem planejada.
Veja também: Onde instalar o tweeter no Som Automotivo?
14) Mau Aterramento
- Aterramento feito com terminal “jacaré” em algum parafuso sobressalente;
- Aterramento feito diretamente no “cabelinho” do cabo, sem o uso de terminal;
- Esquecem de lixar o local de aterramento;
- Não aterram corretamente a bateria auxiliar, gerando ruídos no sistema.
Veja também:
- Como instalar uma bateria auxiliar?
- Como instalar som automotivo? Player
- Como instalar Som Automotivo? Módulo Amplificador
15) Gambiarras sem sentido
Dizem que existe uma linha tênue entre os gênios e os loucos.
Mas isso vale para pessoas que têm pelo menos uma base de informações e conhecimento do que estão fazendo.
Se você é iniciante em som automotivo, evite inventar na instalação de sistemas de som automotivo.
Um erro muito comum, é a vontade ou a oportunidade de ter um som automotivo, fazendo um catadão das coisas que você tem ou de um amigo, e que não usa mais.
Isso pode te levar á um caminho de montar um sistema que não precisa, ou de baixo desempenho, ou colocar em risco a segurança do projeto.
Como mostrado nesses erros do post, isso é o que acaba gerando alguns dos problemas.
Veja também: Dicas para iniciantes em som automotivo
Se tem conhecimento, a coisa já fica mais fácil, e dependo do que tem em mãos é fácil instalar no carro ou até mesmo fazer uma caixa residencial.
Veja mais algumas informações para não errar.
Dicas para evitar erros no projeto de som automotivo
Tenha planejamento financeiro do projeto.
Como assim? Geralmente se investe bastante nos alto falantes e módulos, e a grana acaba na hora de comprar os acessórios, as baterias e a propria instalação.
O resultado é essas partes importantes do sistema, acabam ficando nas coxas, pois muito ficamos ansiosos para deixar o som tocando, mesmo não estando 100%.
O resultado é menor segurança e desempenho do sistema.
Isso acontece pois:
A bateria é o coração do sistema, sem energia, o módulo não amplifica a potencia, e sem potencia, os alto falantes não rendem.
Os cabos são essenciais para ter a boa segurança do sistema
Algumas dicas para resolver é: tentar planejar o quanto vai gastar, tendo uma margem de segurança com possíveis imprevistos ou compre os equipamentos aos poucos, evitando fazer gambiarras no sistema.
Veja também: Quando custa montar um sistema de som automotivo?
Regra de ouro no som automotivo
Tenha noção que no som automotivo existem 3 coisas que estão relacionadas:
O preço, a potência e a qualidade.
Onde é impossível se ter os 3 ao mesmo tempo.
Por exemplo, se quiser um som forte e com qualidade, provavelmente vai ter que gastar mais no projeto, pois terá que comprar alto-falantes melhores e mais eficientes.
E se quiser gastar pouco, vai ter menos qualidade e potência.
Mesmo com conhecimento e estudando o projeto que quer montar, terá que focar ou abrir uma exceção em qualquer uma das 3 coisas para que ele não fique somente no papel e se transforme em uma coisa real.
Não se emocione com os alto valores em rms
Ao fazer isso, poderá errar no tipo de alto-falante, por exemplo, não sendo o ideal para o que deseja, mas principalmente, escolher um que precise de um módulo forte para tocar, oque vai aumentar o custo do projeto, gerando um efeito em cascata.
Como assim? Ao comprar um alto-falante forte, precisará de um módulo mais forte, e também mais baterias para alimentá-lo, e cabos de alimentação mais grossos.
Sistema interno é obrigatório alto falante nas portas
É uma coisa mais técnica, mas bem simples também.
Geralmente se monta uma caixa trio ou com subwoofer bem forte, e esquecem dos alto-falantes de porta.
Ou seja, o pessoal acaba gasta um dinheiro considerável na caixa de som, proporcionando um volume bem alto para um som interno e externo, mas acaba ficando com pouca qualidade.
Isso acontece, por causa da localização dos alto falantes no carro, principalmente os tweeters.
Eles reproduzem as frequencias altas, e elas são extremamente direcionais, onde na caixa trio, ele ficam no porta malas. Deste modo, a melhor posição para coloca-los em um som interno, é na frente, e voltados para o ouvinte, mas no modleos menores, os mini-tweeters.
Ou seja, se quer dar aquela melhorada no som interno, o primeiro passo, é colocar um kit duas vias nas portas frontais, onde ter á um alto falante de maior potência ou qualidade e um mini-tweeter separado, onde conseguirá ter maior volume sonoro que nos alto falantes originais, e maior qualidade, pelo melhor posicionamento dos alto falantes de agudo, que podem ser colocados na coluna A, cantos do painel e repartidos pelo vidro etc.
Veja também: Como escolher o melhor alto falante de porta?
Pesquise, mas lembre de Conversar com o instalador
Isso pode fazer com que o pessoa que vai montar pela primeira vez seu som, compre produtos errados para o veículo, modelos que não atendem 100% sua necessidade ou que o instalador não faça questão de ajudar no projeto.
Hoje há muito conhecimento de fácil acesso na internet e isso eleva o nível do mercado de som automotivo.
Porém, o som é um pouco complexo, pois há muitas combinações que vão considerar desde o próprio carro, até a finalidade do projeto que será montado, e com videos nas redes sociais ou perguntas respondidas no mercado livre, além de poderem ser mal-interpretadas, podem envolver questões mais específicas e não ser suficientes para superar a grande experiencia do dia-a-dia de um bom instalador de som.
Além pesquisar na internet, pode entrar em contato com o pessoal que vai instalar para ter mais informações sobre o seu carro e se está no caminho certo do projeto que quer montar.
Mas vale a pena ressaltar, seja sincero e avise se tem interesse comprar os todos os produtos lá. Se o instalador realmente te ajudar, será um sinal que vale a pena “pagar” por essa ajuda também e fazer a instalação com ele.
Entusiasta há 14 anos no setor de Som Automotivo e ex-competidor SPL. Participante dos cursos EstudodoÁudio (Renan Lopes) e Curso Avançado de Áudio (MayaSounds).