Quem quer montar um sistema de som automotivo tem que ficar atento à quantidade de “amperagem” necessária para que tudo funcione perfeitamente.
Se você quer saber de maneira rápida qual a é a necessidade de baterias para seu sistema, vamos responder. Porém se quer entender como funciona essa “pedida” de baterias para seu sistema e como optimizar ele a partir das baterias, veja o post completo.
Qual bateria utilizar para meu som automotivo?
Fique atento ao consumo musical do módulo amplificador. Ele indica o mínimo que módulo precisa para tocar tranquilamente e “mandar” os rms informados pelo fabricante.
Se o consumo musical do seu amplificador é de 150 amperes, precisará de um bateria de 150 amperes ou superior.
Se não sabe o consumo musical do seu amplificador, basta utilizar como base a potência em rms dele (real) e dividi-la por 20, por exemplo:
3000w rms / 20 = 150
Seu módulo tem consumo musical de em torno de 50 amperes, logo, utilize um bateria de 50 amperes ou superior.
Tenho dois módulos ou mais no sistema de som automotivo. O que eu faço? Basta uilizar os valores de consumo musical e somá-los. EX:
Não sei qual é o consumo musical do meu amplificador, o que eu faço?
Veja nas especificações do aparelho, a linha onde esta o valor menor de impedância juntamente com o valor de 12,6v.
Também podemos fazer o cálculo mais completo, considerando a potência do módulo e sua eficiência, veja a seguir o texto do Adão Amorim da Taramps Amplficadores.
Como calcular o consumo do módulo amplificador?
O assunto que nos vamos explorar é eficiência, ou seja o aproveitamento da energia da bateria utilizada num amplificador. precisamos deixar bem claro que o que vamos tomar como base é a Corrente Nominal e não a Corrente de Pico.
Exemplo uma bateria é declarada pelo seu fabricante de 100 ampéres, então aplicando a segunda Lei de Ohm, podemos dizer que se fosse possível aproveitar 100% da energia dessa bateria teríamos a seguinte potência:
Potência = Voltagem x Corrente
Potência = 12,6 Volts x 100 Ampères
Potência = 1260 Watts
Tudo isso seria fantástico se conseguíssemos aproveitar os 100%, mas na prática não é isso que acontece, um amplificador Classe D, conhecido popularmente como “Digital”, tem um aproveitamento de energia de 70 a 95% aproximadamente. Deste modo, algumas contas contas, a primeira é da corrente utilizada:
Cálculo de Corrente:
Exemplo:
Modulo: 2000 Watts rms de Potencia:
Potência = Voltagem x Corrente
2000 = 12,6 Volts x Corrente
Corrente = 2000/12,6 = 158,7 Ampères
Cálculo de Perda:
Acrescento então os 30% de perda considerando a pior situação (cada amplificador possui uma perda diferente):
Exemplo:
158,7 + 30% = 206,3 ampères
Essa então seria a Corrente Máxima em sinal Senoidal, mas como vamos ouvir música e a música é um dinâmica de altos e baixos, dentro de uma média usaremos apenas a metade dessa corrente, que fica da seguinte forma:
Cálculo de Consumo Musical:
Exemplo:
206,3/2= 103,1 Ampères, podemos chamar esse resultado de:
Corrente Máxima Musical, para um amplificador de 2000 watts de Potência.
Conclusão… Quanto mais rendimento tiver um amplificador mais aproveitamento da energia das baterias nós teremos.
Nos sistemas de alta voltagem funciona da mesma forma, porém com mais aproveitamento. Acredito muito que em qualquer sistema de Som o melhor resultado e explorar ao máximo a eficiência de cada um dos Itens.
Principais dúvidas em relação ao tema:
Por que temos que utilizar como base de cálculo o módulo amplificador?
O módulo amplificador é o principal consumidor de energia no sistema. Como assim? Voltímetros, crossovers, cd players e etc possuem um consumo muito baixo em comparação ao consumo do módulo amplificador.
Além disso, outro componente que o pessoal leva em consideração e acaba aumentando a dúvida, é o alto falantes.
Os alto falantes somente recebem a energia.
Por que utilizamos como base a informação de consumo musical para chegar ao quanto de bateria preciso?
O consumo máximo musical é dado a partir do consumo máximo senoidal. O consumo máximo senoidal é uma informação que é “retirada” do amplificador com o uso dele em um teste, onde se aplica uma onda senoidal que força o amplificador ao máximo, e verifica-se dois pontos importantes (tem mais pontos, mas vamos focar na parte relacionada à bateria):
Quanto é o que o amplificador está consumindo de energia e ao mesmo tempo, quanto está mandando em RMS com esta quantidade de energia.
Por isso, que se olharmos nas especificações dos módulos amplificadores podemos ver, por exemplo:
Potência Máxima @ 13,8 VDC – 2Ω : 170 WRMS (2 x 85W)
– Consumo Máximo em Sinal Senoidal (1Khz) @ 13,8VDC – 16,5 A
Quer dizer que esse módulo em questão, no teste consumiu 16,5 amperes de bateria à 13,8v para mandar 170w rms.
Outra informação importante é que, diferentemente do teste realizado com ondas senoidais, o uso no amplificador com músicas, faz com ele se “esforce” bem menos, pois em músicas temos intervalos de batidas, instrumentos e etc. E quanto menor é este esforço? Em torno de metade. Por isso que o consumo máximo musical de amplificadores é sempre a metade do consumo máximo senoidal. Veja no exemplo:
– Consumo Máximo Musical @ 13,8VDC – 8,25 A
– Consumo Máximo em Sinal Senoidal (1Khz) @ 13,8VDC – 16,5 A
Ou seja, para mandar 170w rms em músicas ele precisa de 8,25A.
Qual a diferença que terá no “som final” o fato de ter mais bateria ou menos bateria que o pedido pelos amplificadores?
Como dito na questão anterior, o consumo do módulo está ligado à sua potência em rms. Fica mais fácil de entender se visualizar o módulo amplificador, como se fosse um transformador de energia, onde: ele pega a energia da bateria e manda para os alto falantes; quanto maior o valor em rms dele, maior a capacidade dele de transformar Amperes em “SOM”. Ou seja:
Quanto menos bateria tiver em relação à quantidade pedida de baterias, menos RMS (potência) o módulo vai mandar para os alto falantes.
Quanto mais bateria colocar em seu sistema de som automotivo, melhor.
Veja o vídeo explicativo de como instalar uma bateria auxiliar
Considerações importantes:
- Quanto mais longe a bateria estiver do módulo amplificador, maior vai ter que ser o cabo. Com isso, terá uma grande perda de energia ao utilizar um cabo grande. Quanto menor o cabo, melhor;
- A bateria do cofre é compartilhada com outros componentes do carro, não a considere totalmente para seu sistema de som automotivo, somente em torno de 30%;
- Quanto menor a bitola do cabo que utilizar(em comparação à bitola ideal, veja aqui como saber a bitola do cabo do seu amplificador), maior perda terá;
- A energia das baterias não são para sempre. Não recarregar a bateria é igual à não ter bateria.
- A bateria perde capacidade de “armazenamento” de energia, ou seja, com o passar do tempo, ela vai perdendo “amperagem”;
- As baterias têm um tempo de vida útil: 5 anos as comuns. 10 anos as AGM.
Informações:
- O consumo musical é informado no manual do produto;
- A amperagem final das baterias é soma do total das baterias que possui para seu sistema de som; -Recomenda-se não contar com a bateria do carro, porém caso queira utilizá-la para fazer o cálculo, utilize como dado, em torno de 60% da amperagem a mesma, pois 40%(aproximadamente) é utilizado para o carro em movimento.
- A reserva de capacidade é dada em minutos;
- As informações de Capacidade de Pico e Reserva de capacidade são informadas na própria bateria.
Veja um vídeo de como escolher sua bateria:
Entusiasta há 14 anos no setor de Som Automotivo e ex-competidor SPL. Participante dos cursos EstudodoÁudio (Renan Lopes) e Curso Avançado de Áudio (MayaSounds).