Para que serve a centragem do Alto Falante?

É uma peça feita geralmente em tecido resinado, não é regra, como o modelo Bravox Endurance, que é feita em santoprene.

Funciona como centralizador da bobina no conjunto magnético.

Além disso, serve também como um sistema de mola/amortecedor para estabilizar os movimentos do conjunto cone+bobina.

De quais materiais podem ser feitas a centragem?

Como dito, em sua grande maioria é feita de tecido, 100% algodão.

Porém, pode ter variações na composição do tecido, e até surgir inovações, como o caso do Bravox.

Diferenças no tecido

Os tipos de tecido ( trama mais aberta ou mais fechada), a concentração de resina, quantidade de camadas (simples, dupla, tripla etc), design das ondas (ondas progressivas, quantidade de ondas) e área da centragem determinam seu comportamento e flexibilidade.

Essas características vão influenciar diretamente no Fs, a frequência de ressonância do alto falante e também na resposta dos graves.

Podemos citar também os parâmetros CMS (“moleza” do conjunto da suspensão do alto falante) e o VAS (é dado em litros e é o valor equivalente ao sistema de mola do alto falante).

Veja também: Entenda os parâmetros thielle-small dos alto falantes

Como é feita uma centragem de tecido?

O tecido de algodão, recebe um banho de resina fenólica, a mesma que é utilizada em drivers e dá o nome de drivers fenólicos em reparos.

A diferença de tecidos e tramas, pode mudar a própria coloração da centragem, como a amarela que é a comum, mas pode ser de qualquer outra cor. A preta também aparece em diversos modelos, e existe uma laranja, utilizada no modelo Triton Tropper T6.

Após a secagem, o tecido já começa a ficar mais rígido.

Depois ela vai para a prensa a quente, que formata a centragem.

Depois disso é utilizada uma máquina de corte ou feito o corte manual.

Veja no vídeo:

Qual a melhor flexibilidade da centragem?

Não existe uma melhor centragem, somente a que vai atender melhor o projeto do alto falante.

Geralmente centragens mais duras proporcionam mais controle ao alto falante, mas o grave fica mais seco e duro, predominando os médios graves.

Um exemplo, são os alto falantes de 12 polegadas voltados para competições e pancadão, neles, a centragem fica extremamente dura para garantir pancadas secas, além de suportar a enorme quantidade de energia aplicada.

Quando mais flexíveis, proporcionam um grave mais solto e preenchido, porém com menos controle/definição.

Um exemplo são os alto falantes subwoofer emborrachados, onde a centragem fica mais solta para garantir graves mais profundos, onde não é necessário tanta definição das vozes.

É obrigatório amaciar a centragem/alto falante?

Depende.

O amaciamento do alto falante, faz o que a suspensão atinja as características à qual está projetado.

Sendo assim, os parâmetros thielle-small no qual utilizou para projetar a caixa acústica corretamente, estarão “idênticos” ao fornecido pela fábrica.

O amaciamento é extremamente indicado em casos em que se deseja a criação de projetos especificações de caixa, realizar testes comparativos ou utilizados em competições SPL, por exemplo.

O alto falante quando sai da fábrica, seu conjunto de mola, por ser feito de tecido e muitas vezes receber algum tipo de resina, está bem duro.

Isso faz com os parâmetros não sejam ainda os ideais de trabalho, principalmente na questão da sensibilidade, frequência de ressonância e VAS.

Há algumas fábricas de subwoofers americanas, como a DD Áudio, que recomendam pelo menos um “amaciamento pequeno” em modelos de alto valor em rms, pois, esses são voltado para hair-trick e alta excursão, logo, ao aplicar muita potencia em um modelo novo, há maior risco de danos ao alto-falante, como descolar alguma coisa do conjunto móvel.

Porém, caso já possua o projeto de caixa ideal, não precise tirar o parâmetros do alto falante, nem vai utilizá-lo em competições ou comparativos, não há obrigatoriedade de amaciar o alto falante, nem haverá perda da garantia caso não faça isso.

Há ainda, quem não recomenda fazer o amaciamento de alto falantes, pois, de certa forma, você está diminuindo a vida útil do alto falante (mesmo que de um forma pequena), deixando a suspensão mais cansada.

Isso ocorre, por exemplo, em alto falantes para uso profissional, onde o uso é feito para se ter um retorno financeiro e dificilmente o alto falante é queimado, pois se trabalha com os cortes e potência correta.

Sendo assim, ao amaciar o alto falante, ele fica com o conjunto de mola mais cansado, o que pode futuramente “pedir” a troca do reparo de maneira mais rápida que em comparação que se não houvesse o amaciamento.

Outro fator, é o amaciamento de alto falantes que não possuem grande excursão de cone, como alto falantes de médio, 6×9 e até super tweeter.

Veja: Como amaciar um alto falante?

Centragem cansada, como identificar e o que fazer?

Como dito, a centragem canada pode pedir a troca do reparo do alto falante.

Geralmente em um alto falante com a centragem ruim, pode apresentar um cone em uma altura mais baixa que normal, bater a centragem no fundo do GAP e até começar a fazer o módulo entrar em proteção.

Alguns parâmetros afetados pela Centragem

Frequência de ressonância

FS = 1 / 2. √mms.cms

onde:

  • mms = massa móvel do speaker, que “traduzindo” é o peso do reparo;
  • cms = compliância mecânica do speaker, que é o inverso da rigidez da mola do alto falante (suspensão + centragem).

O que é o CMS do alto falante?

O CMS é a “moleza” do conjunto da suspensão do alto falante.

Ele pode ser dado, a partir do seguinte teste:

  • Utiliza-se o alto falante com o cone virado para cima;
  • Coloca-se um peso conhecido em cima do cone (geralmente 1N – 1 newton).

O tanto que o cone do alto falante que se deslocar em milímetros, é o CMS do alto falante.

Outro parâmetro afetado pelo valor do CMS, é o VAS.

O que é o VAS do alto falante?

O VAS é dado em litros e é o valor equivalente ao sistema de mola do alto falante.

Dado pela seguinte fórmula:

Vas = p.c².Sd².Cms

Onde :
p – Densidade do AR (1.184kg/m³ em 25ºC
c – Velocidade do som (346.3 m/s em 25ºC)
Sd – Área efetiva do cone
Cms – Compilância da suspensão

O Vas é importante para entender o caminho para se obter o volume interno da caixa acústica.

E no caso de um alto falante não amaciado, por ter um valor de Cms mais baixo, o VAS também fica mais baixo, e podemos errar a mão ao projetar uma caixa acústica se tirarmos os parâmetros com o alto falante “duro”, projetando uma caixa com menor volume interno.

Veja também: Como funciona um alto falante?