Confira as dúvidas mais frequentes de som automotivo e aproveite estas dicas valiosas.
1) P: Quando devo colocar aqueles materiais fofinhos (lã de rocha, lã de vidro, cobertor de mendigo, etc) dentro da minha caixa acústica de subwoofer?
R: Tudo o que vibrar com o som tira sua eficiência acústica, tudo.
Por esse motivo que muita gente aplica mantas acústicas nas portas ou em todo o carro para eliminar essas vibrações e ganhar um áudio mais forte, sólido e consistente.
A caixa de subwoofer não difere, se ela não for bem travada ou usar chapas de MDF muito finas, pode vibrar junto.
Nesse caso, usamos materiais fonoacústicos para reduzir ou eliminar as vibrações. Fabricantes de sistemas de som residenciais low-end usam caixas feitas de aglomerado ou de plástico que vibram muito. Por isso que muitos colocam esses materiais fonoabsorventes.
Para uma marca que produz em larga escala, é mais barato usar madeira barata ou plástico na fabricação da caixa e adicionar material fono-absorvente do que investir em MDF espesso de boa qualidade com confecção primorosa e bem travada.
Portanto, se você usar um MDF de 18, 20mm ou mais na sua caixa e fizer um bom travamento interno dela, o uso deste material é dispensável. E, em alguns casos onde não for necessário, o uso desse material pode piorar ao invés de melhorar ou ficar igual.
Veja também: Melhor madeira para caixa de som automotivo
2) P: É verdade que alto-falante bom tem FS (frequência de ressonância) baixa e sensibilidade (SPL) alto?
R: Seria verdade se isso fosse possível. Amadores quando pesquisam sobre áudio, aprendem em fóruns e em outros lugares que FS baixo significa mais grave e que sensibilidade alta significa mais volume sonoro.
Que bacana né? Entretanto, assim como carro com motor V8 ou V10 de 500 cv não é econômico, falante com FS baixo não tem sensibilidade alta, é lei da física.
Não é possível, por exemplo, que um subwoofer tenha FS de 26hz, por exemplo, com sensibilidade de 93dBW/M, as leis da física não permitem.
Um woofer de PA/trio elétrico cujo FS é na casa dos 60, 70hz tem sensibilidade entre 95 e 110dB w/m mais ou menos.
Já um subwoofer para ter sensibilidade de 90dB W/M tem FS na casa dos 35-50hz. Considere sempre a sensibilidade W/M e não 2,83V W/M que “turbina” esse dado.
E cuidado com dados declarados irreais, maquiados para ludibriar os consumidores para vender mais. Portanto, se a sensibilidade é alta, o FS também é alto e vice-versa.
3) P: Existem caixas “universais” vendidas no mercado para todos subwoofers e woofers de 12”, 15” ou 18” por exemplo. Vale a pena comprá-las?
R: Talvez se você der sorte, cada subwoofer ou woofer pede um volume e sintonia peculiar a ele, que é calculado em cima dos parâmetros TS (Thielle-Small) a cada um individualmente.
Usar uma caixa “universal”, pode vir a tocar bem se por acaso seu falante se adequar a essa caixa. Mas as chances de isso NÃO ocorrer são grandes.
Veja também: Entenda os parâmetros Thielle-Small nos Alto Falantes
4) P: Se eu montar meu subwoofer invertido na caixa, eu tenho que inverter a polaridade/fase?
R: Talvez sim, talvez não.
O que deve ser feito sem dúvida é descontar o volume que o subwoofer ocuparia dentro da caixa no volume bruto. Uma caixa com 50 litros para um subwoofer de 12” por exemplo, se montado invertido, deve-se tirar uns 4-6 litros em média, que é o volume que o subwoofer ocuparia dentro da caixa.
Quanto a inverter a fase, independente de estar montado invertido ou não, só fazemos isso para tentar fazer o grave soar mais a frente e não de trás para a frente.
Portanto, subwoofer montado invertido, só se inverte a fase se necessário, se melhorar a projeção espacial do grave dentro do habitáculo. Não se inverte a fase só porque o subwoofer foi montado invertido.
Veja também: Alto Falante invertido ou normal? Qual toca mais?
5) P: Posso trocar um duto de 4” por dois de 3” do mesmo comprimento para ficar mais bonito e diferenciado?
R: Não, não pode.
Isso altera totalmente o comportamento do subwoofer dentro da caixa para pior ou para horrorosamente pior.
Siga sempre a orientação do projeto de caixa indicado, à risca.
Veja também: Melhor duto para caixa de som automotivo Como escolher?
6) P: Uso um duto de 4” um tanto comprido conforme o projeto, dessa forma a boca do duto ficou meio rente a parede interna da caixa. Tem algum problema?
R: Sim, tem.
Em caixas dutadas, se o diâmetro do duto é 4” (10,16cm) por exemplo, a distância mínima que a boca interna do duto deve ficar da parede interna da caixa é de 10,16cm para não soprar, dar turbulência, soluços no grave e outros sintomas desagradáveis.
Portanto, se necessário, faça um ou dois cotovelos no duto para deixar a boca interna bem desobstruída.
7) P: Tenho um projeto com dois subwoofers, um deles queimou e mandei arrumar. Trocaram todo o conjunto móvel e após eu re-instalar ele, notei que os subs estão tocando diferente. Será que a assistência técnica não efetuou o reparo direito?
R: Alto-falantes, assim como motores de carros, precisam de um tempo de amaciamento.
O FS de um falante novo difere de outro idêntico, mas já usado por muito tempo. No seu caso, um subwoofer já está amaciado e o outro por ter sua centragem trocada, ainda precisa amaciar.
Em média, com 50 horas de uso já se consegue o amaciamento e ambos voltarão a tocar igual.
Veja também: Como amaciar um alto falante? Som Automotivo
8) P: Ouvi dizer que para dimensionar fusível/disjuntor, devo fazer isso mediante o consumo máximo do amplificador conforme a impedância de trabalho dele, é verdade?
R: Sim, é verdade.
Porém, ao calcularmos o dimensionamento, devemos observar não apenas o consumo, mas também a alimentação. Vamos a um caso meio exagerado para ficar fácil o entendimento.
Amplificador mono com consumo máximo de 200A @ 1 ohm com sinal musical normal e uns 140A @ 2 ohms. Se usado em 2 ohms, por exemplo, o fusível deve ter entre 140 e 280A.
Se usado em 1 ohm, entre 200 e 400A.
Porém, se a bateria está sub-dimensionada e tem apenas 90A, isso não funciona pois a bateria limita o consumo. O fusível/disjuntor nunca vai funcionar. Nesse caso, é necessário adicionar mais baterias (alimentação).
Veja também: Como calcular fusível e disjuntor no som automotivo?
9) P: Como calculo duto régua a partir de um duto redondo convencional?
R: O cálculo é simples. Primeiro encontre o diâmetro do duto. Vamos usar um de 4” por exemplo com 40 cm de comprimento. Uma polegada é 2,54 cm.
4 x 2,54 = 10,16 cm de diâmetro
A partir disso, usaremos a fórmula π.r² para encontrarmos a área. O “r” é o raio, ou seja, metade do diâmetro.
3,1415 x (5,08 x 5,08) = 81,07cm2
Agora que temos a área total, vamos considerar, por exemplo, um duto com 2 cm de abertura, então basta dividir por 2.
81,07/2 = 40,53 cm de altura com 2 cm de largura. O comprimento deve ser o mesmo, 40 cm no caso. Se você quer diferenciar e usar duto quadrado, basta tirar a raiz quadrada de 81,07 – dá 9cm. Ou seja, o duto é de 9cm x 9cm x 9cm x 9cm com 40 cm de comprimento.
10) P: Usar quebra cantos em caixa para subwoofer ajuda a eliminar ondas estacionárias?
R: Em woofers de trio elétrico ou PA sim, mas para subwoofers não.
Os cortes LPF são normalmente feitos em 100hz ou abaixo, nessa frequência o comprimento da onda senoidal é de 3,40 metros @ 21ºC.
Nenhuma caixa acústica de subwoofer chega a ter 3,40 metros, nem metade disso.
Portanto, quebra cantos nesse caso não é necessário. Em woofers que trabalham em frequência mais alta, a onda senoidal é mais curta e o quebra-cantos ajuda bastante sim.
Entusiasta há 14 anos no setor de Som Automotivo e ex-competidor SPL. Participante dos cursos EstudodoÁudio (Renan Lopes) e Curso Avançado de Áudio (MayaSounds).